Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Determinada, amorosa e dona de uma luz que marcava quem cruzava o seu caminho. Assim será lembrada Débora Guidolin, caminhoneira de Santa Maria que faleceu em um acidente no Paraná, no último sábado, aos 29 anos.
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A despedida, que comoveu familiares, amigos e colegas de estrada, foi marcada por homenagens e pela lembrança de uma mulher que desafiou barreiras e viveu com intensidade cada quilômetro de sua jornada.
Débora era conhecida pela autenticidade e pela força. No volante de uma carreta, construiu uma trajetória que inspirou outras mulheres a seguirem seus passos. Mais do que uma profissional dedicada, era alguém que transmitia carinho, cuidado e amizade por onde passava.
Débora deixa o marido, Marlon Teixeira, 34 anos, com quem mantinha um relacionamento há cinco anos e compartilhavam a vida também pelas estradas. No perfil do instagram de cada um, diversas fotos mostram a felicidade de ambos em suas longas jornadas pelas estradas brasileiras. Marlon ainda tenta compreender o por que, após diversas viagens, ter acontecido o acidente.
– Ela era guerreira esforçada com o coração imenso. Nós estávamos a 5 anos juntos. Por um tempo ela viajou comigo e quando tirou a carteira, começamos a trabalhar juntos, cada um em um caminhão. Queríamos comprar um caminhão e depois um para cada – comenta Teixeira.
A amiga, Vanessa Gerhardt, que conheceu Débora em 2023, e eram amigas de grupo, relembra com emoção o quanto a amiga era cuidadosa com a amizade.
- Débora era uma pessoa autêntica. Não havia situação ruim que ela não conseguisse resolver. Era muito amorosa e cuidava para que todos ao redor estivessem bem. Se preocupava comigo, sabia da minha rotina pesada e, volta e meia, me chamava só pra saber como eu estava. Sempre dizia que nossa ligação era de outras vidas, porque a gente se dava bem sem precisar estar sempre perto uma da outra- relembrou.

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Vanessa também destaca o orgulho que Débora tinha da profissão e o quanto representava para tantas outras mulheres da estrada.
- Ela viveu todos os dias com muita garra, muita luta, e venceu uma barreira muito grande de ser mulher caminhoneira e, modéstia à parte, de carreta. Não é pra qualquer um. Era uma pessoa iluminada - finalizou.
A partida de Débora deixa um vazio entre os colegas de estrada e em todos que conviveram com ela. Mas, ao mesmo tempo, deixa um legado de coragem, amizade e amor
O corpo de Débora foi sepultado no Cemitério Santa Rita, em Santa Maria, cercado pelo carinho da família, de amigos e de muitos admiradores que foram agradecer, em silêncio e saudade, pela vida intensa e generosa que ela viveu.
